15.6.08

Desde os tempos de Alexandre














A jornalista, fotógrafa e editora Márcia Cherman Sasson visitou recentemente o Museu Judaico da Grécia, em Atenas, um pequeno prédio de sete andares muito bem organizado pelos remanescentes de uma comunidade milenar praticamente dizimada na Segunda Guerra.

Aqui, o relato de Márcia:

“O Museu, inaugurado em 1977, abriga uma vasta coleção de objetos domésticos (ferramentas, amuletos, artefatos), objetos religiosos, roupas, adereços e sapatos usados do século 18 a meados do século 20, além de documentos e fotografias que contam os mais de dois mil anos de presença judaica naquela região. No andar onde ficam as roupas e adereços, há vestidos de noiva, jóias, trajes infantis e adornos para os diversos rituais da vida judaica, como o brit milá e o bar mitzvá. O interior do Museu tem formato octogonal e no último andar uma cúpula de vidro deixa a luz natural iluminar o ambiente. Ali fica uma área para palestras, sala de estudos, arquivo fotográfico e biblioteca. Espaços multimídia dão aos visitantes a oportunidade de assistir a exibições sobre a contribuição da comunidade judaica grega no estabelecimento do Estado de Israel.

Além do acervo, o Museu comporta uma réplica do interior de uma pequena sinagoga romaniota (segundo historiadores, romaniotas são os judeus que vivem na Grécia desde os tempos de Alexandre. Outra explicação diz que eram parte do Império Romano e que foram escravizados após a destruição do Segundo Templo. Não são considerados sefaradim, pois estes foram para a Grécia após a expulsão da Península Ibérica).

Um andar inteiro é dedicado ao Holocausto. Roupas dos campos de concentração, fotografias, documentos e itens diversos pertencentes à população levada para os campos de extermínio estão expostos; há uma exibição permanente de um vídeo que mostra a libertação dos prisioneiros dos campos”.