3.6.08

Novo museu em São Francisco: brinde à vida e ao futuro



Um museu único, sem coleção permanente e focado na atividade cultural, o Museu Judaico Contemporâneo de São Francisco [San Francisco Contemporary Jewish Museum] completa vinte anos inaugurando, em 8 de junho, um novo prédio, com espaços especialmente projetados para exibição de filmes, concertos e aulas de arte. O arquiteto foi o famoso Daniel Libeskind (vencedor do concurso para construir o novo World Trade Center, em NY, e responsável pelo Museu Judaico de Berlim e o Museu Judaico Dinamarquês). Ele aproveitou uma antiga subestação de energia da cidade para erguer em torno dela o que já é considerado um símbolo da arquitetura contemporânea mais dinâmica, tanto do ponto de vista da forma como da idéia que há por trás dela.

Libeskind, que manteve uma das fachadas da subestação naquele tijolinho tradicional, criou um cubo de aço azul metálico pontilhado por 36 janelas (número de sorte...) que representam as letras da expressão l’chaim (à vida). O cubo “muda” de cor conforme a hora do dia, a posição do observador e até a temperatura ambiente. O arquiteto disse, em várias entrevistas, que esse foi um projeto que olhou para o futuro e não para o passado, daí não ter feito referências à memória do Holocausto, por considerar que este faz parte da História do judaísmo europeu mas não é o centro dos projetos que animam o judaísmo norte-americano (que, como se sabe, é eclético e incorpora os símbolos da tradição sem tratá-los como dogmas). É claro que o estilo do capitalismo made in USA de fazer doações ajudou na empreitada: o museu de São Francisco custou US$ 47,5 milhões, provenientes de várias fontes. Para saber mais sobre as exposições de abertura – uma delas mostrando a arte do genial William Steig, pai do Shrek – visite o site
http://www.thecmj.org/