25.11.10

Ahmadinejad não disse o que disse!

Não adianta explicar, explicar, explicar, explicar, tem gente que não quer entender mesmo! Em entrevista a um grupo de blogueiros que lhe são simpáticos, o Presidente Lula declarou ontem, sobre a posição de Mahmoud Ahmadinejad a respeito do Holocausto (que o iraniano negou reiteradamente): "Ele explicou que o que ele quis dizer, na verdade, era que morreram 70 milhões de pessoas na Segunda Guerra, e parece que só morreram judeus".


Os judeus são mesmo uns exagerados, diria um ouvinte ignorante ou desavisado...

Enquanto Lula fazia tais apreciações aparentemente banais, mas que embutem uma perversidade, a jornalista norte-americana Roxana Saberi era recebida na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ela ficou presa por cem dias no Irã e agora anda pelo mundo em campanha contra o desrespeito aos direitos civis e humanos no país. Pediu para ser recebida pelo Presidente, mas não o foi; o tema Irã está blindado pela assessoria internacional do governo.

Por esse tipo de coisa é que a gente aplaude iniciativas como, entre outras, a da socióloga Helena Lewin,que está levando estudos do Holocausto aos professores das escolas do Estado do Rio.

Tempo de Chanuka


23.11.10

Noel Rosa e o judeu da prestação

Celebra-se o centenário, em 2010, de um dos grandes gênios brasileiros, o compositor Noel Rosa, que morreu antes de completar 30 anos. Ele foi um cronista atilado de sua época (em que ainda não havia a mania do politicamente correto) e dos costumes cariocas, e falou de tudo e de todos, inclusive dos judeus da prestação, os "klientelchik". O trecho abaixo está no livro Judeus da Leopoldina, edição de 2007 do Museu Judaico do Rio de Janeiro:
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A imagem estereotipada "estigmatiza as diferenças" ao circular como verdade social, no dizer de Roland Barthes. E o "judeu da prestação" tornou-se tão visível no cenário urbano brasileiro, entre as décadas de 1920 e 1950, que o estereótipo volta e meia se repetia, de forma mordaz, em piadas, em caricaturas na imprensa e na música popular. Em São Paulo, o compositor Adoniran Barbosa criou um conhecido personagem, o "judeu da prestação Moisés Rabinovic". No Rio, o compositor Noel Rosa incluiu a figura em sambas satíricos como São Coisas Nossas e Quem dá mais.

Em Quem dá mais, ao traçar o que seria um leilão das maiores riquezas brasileiras -- a mulata, o samba e o violão -- Noel diz:

"Quem dá mais.../Por um violão que toca em falsete/ Que só não tem braço, fundo e cavalete/ Pertenceu a dom Pedro, morou no palácio/ foi posto no prego por José Bonifácio?/ Vinte mil réis, 21 e 500, 50 mil réis! / Ninguém dá mais de 50 mil réis? / Quem arremata o lote é um judeu, / Quem garante sou eu, / Pra vendê-lo pelo dobro no museu (...) (* 1)  

Como outros letristas, Noel às vezes recorreria a simplificações, porém nunca teve os judeus como alvos preferenciais. Observador social arguto que circulava com desenvoltura entre Vila Isabel, o centro e os subúrbios, não podia deixar de observar os prestamistas percorrendo as ruas com suas pesadas malas, seus pesados embrulhos, vendendo, vendendo, vendendo... Assim, nada mais natural que incluí-los em São Coisas Nossas:

"...Morena bem bonita lá da roça, / Coisa nossa, coisa nossa. / Baleiro, jornaleiro,/ Motorneiro, condutor e passageiro, / Prestamista e vigarista/ E o bonde que parece uma carroça, / Coisa nossa, muito nossa! (...) 

Em Cordiais Saudações, samba epistolar falando de dívidas, Noel atira para todos os lados e mira também no cobrador judeu:

"...Eu hoje sinto saudades/ daqueles dez mil réis que te emprestei. /Beijinhos no cachorrinho, / Muitos abraços no passarinho/ Um chute na empregada, / Porque já se acabou o meu carinho./A vida cá em casa está terrível /Ando empenhado nas mãos de um judeu/ O meu coração vive amargurado / Pois minha sogra ainda não morreu (tomou veneno, e quem pagou fui eu)..."

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NOTA
1 - "Este verso é um dos dois que valerão a Noel, muitos anos depois de sua morte, a acusação de anti-semita. Mas quem se lembrar do que representou a figura do prestamista em sua infância (e de como judeu era a denominação genérica, ainda que imprópria, daquele tipo de comerciante) sabe o que ele está querendo dizer" (Máximo, João, e Didier, Carlos, Noel Rosa, uma biografia, Editora Unb, pág. 167).

Ronaldo Wrobel fala sobre literatura, a propósito do lançamento do livro "Traduzindo Hannah"

(publicada no Jornal do Commercio, Recife, em 02/11. Ronaldo participou semana passada da Fliporto, que este ano homenageou Clarice Lispector).

1- Este é o seu segundo romance. Tanto Traduzindo Hannah como Propósitos do acaso tinham algum pano de fundo histórico por trás. Seria essa a marca da sua literatura, a dependência de algum contexto histórico?

1. Não me considero dependente de contextos históricos, pois também escrevo contos contemporâneos, mas a verdade é que os meus dois romances têm apelo histórico. Talvez isso aconteça porque cresci ouvindo histórias de tios e avós europeus, fugidos do comunismo e do nazismo. Eram histórias épicas, cheias de dramas e esperanças, com cenários incríveis e até trilhas sonoras. Esse clima impregnou minha vida. Dizem que sou um bom contador de histórias, capaz de transformar um relato qualquer numa saga bíblica. Devo isso aos meus parentes, sem dúvida. Adoro romances históricos e, por sinal, estou lendo Equador, de Miguel de Sousa Tavares, uma excelente recriação de época.

2 - A sua família é judia e você já publicou um livro sobre manifestações festivas dos judeus. Que tipo de peso o fato de ser judeu tem para sua literatura?

2. Judeus adoram contar e ouvir histórias, anedotas, sagas, citações. As cerimônias religiosas têm sempre alguma história, que é a parte mais interessante dos ritos. O próprio judaísmo começou com a tradição oral, aquilo que o marketing chama de propaganda boca a boca. “Traduzindo Hannah” é cheio de parábolas judaicas, algumas tradicionais. Uma das parábolas foi contada por uma senhora judia, dona de uma mercearia perto da minha casa, a propósito de uma fofoca contra sua filha. Judeus costumam ter histórias na ponta da língua, quase sempre com uma lição no final.

Não sou religioso nem fechado em circuitos judaicos, mas o judaísmo é mais do que uma religião, é uma cultura cheia de traços laicos. Basta pensar naquele espírito questionador, naquela densidade emocional mostrada por cineastas como Woody Allen e Mel Brooks. Tenho um amigo judeu que é ateu convicto, mas esbanja judaísmo ao falar que Deus não existe. Como? Questão de estilo. Judaísmo não é só o que se diz, mas como se diz.

3 - Ainda dentro desse território, seria possível pensar na existência de uma literatura judaica, ou você não gosta desses rótulos?

3. Acho difícil falar-se em literatura judaica porque o judaísmo é plural e existem escritores judeus totalmente diferentes uns dos outros. Além do mais, ninguém sabe demarcar as fronteiras entre o judaísmo e outras culturas. O povo judeu vive de assimilar e difundir saberes mundo afora. O que é a literatura judaica? Aquela que fala dos judeus? E o estilo, a estrutura do texto, existe alguma forma judaica de escrever? Acho que não. Percebo, isto sim, um núcleo básico do judaísmo que rende ótimas obras de artistas judeus. Os não-judeus tendem a ficar longe desse núcleo, por motivos que merecem uma boa análise.

4 - O tom de Traduzindo Hannah, como o conceito histórico e sua forma de dirigir a trama, parecem isolados dentro da literatura brasileira contemporânea. Ainda dentro desse raciocínio, você não mantém blog ou twitter ou qualquer outra estratégia de comunicação. Você se sente isolado de alguma forma?
4. Não sei se Traduzindo Hannah tem uma estrutura isolada na literatura brasileira. Será? Deixo a resposta para os leitores. Procurei ser autêntico, não diferente ou inovador. E os trabalhos verdadeiramente autênticos podem ser, inclusive, convencionais. Fiz cursos de roteiro para cinema e talvez por isso alguns leitores digam que meus livros são imagéticos, chegando a lembrar das histórias como se fossem filmes. Mas minha matéria prima é a palavra, não a imagem. E muito do que eu escrevo não caberia na linguagem audiovisual, como as reflexões que às vezes ocupam páginas inteiras de "Traduzindo Hannah".

Quanto aos blogs e twitters, preciso aprender a lidar com essas coisas. Não adianta querer me isolar num mundo onde o marketing pessoal dita as regras. As pessoas ficam se apregoando na internet, feito camelôs de si mesmas, contando intimidades, inventando novidades. Não é bem o meu perfil. Para que saber o que eu comi ontem à noite ou qual livro andei lendo nas férias? O que eu tiver que dizer, direi através de meus livros. Gosto muito de dar entrevistas e palestras, mas não me sinto um formador de opinião nem tenho ideias interessantes sobre tudo. Meu trabalho de escritor envolve mais suor e disciplina do que glamour. Além do mais, dá muito trabalho manter um blog, até um perfil no Facebook. E falta tempo porque também sou advogado e prefiro usar as horas livres para ler e criar o próximo livro, o que exige silêncio e pesquisa. Mas tenho pensado no assunto com carinho.

5 - Você já publicou por inúmeras editoras em sua carreira. É difícil para um autor em ascensão se fixar no cenário literário brasileiro?

5. Sim, é muito difícil. O Brasil tem milhões de artistas talentosos sem qualquer projeção. Mas não dá para apontar culpados numa realidade tão complexa. Estive numa editora que recebe cerca de cinco mil originais por mês! Como selecionar, separar o joio do trigo? Impossível. O lado bom é que a internet facilitou o contato entre artistas e público. Na literatura isso é mais verdadeiro porque a internet é um veículo perfeito para a palavra escrita, o que não acontece com as artes plásticas, com o teatro ou com a música. Oficinas literárias e grupos de leitura estão pipocando por aí, no mundo real ou virtual.
 
Outra coisa, com o perdão do óbvio: não existe um único cenário literário brasileiro. O país é uma colcha de retalhos. Há autores regionais ou temáticos com ótima projeção nas suas áreas. Acho que o melhor caminho para o escritor estreante é procurar seu nicho e conquistar cada leitor como se fosse o único. O leitor bem impressionado vai recomendar seu trabalho, lembrar de você, cobrar novidades, apontar seus defeitos e suas qualidades, pegá-lo pelo pescoço e gritar: por que você matou fulana??, o que aconteceu com beltrano?? Ouvir uma coisa dessas é a delícia do escritor. Justifica cada letra que você escreveu.

22.11.10

SAMUEL BENCHIMOL: UM POUCO-ANTES, ALÉM-DEPOIS - por José Ribamar Bessa Freire

" Numa crônica divertida, Nelson Rodrigues afirma que os ingleses não existem. A Inglaterra é, portanto, uma paisagem sem ingleses. O inglês, tal como o imaginamos - o gentleman de porte altivo, maneiras elegantes, dotado de sense of humour - é produto da nossa fantasia. Quem, então, mora na Inglaterra? São pessoas como os hooligans, aqueles torcedores violentos, estúpidos e bárbaros. Nelson Rodrigues abre uma exceção: "o único inglês da vida real, de fala mansa e sentimentos nobres, vive no Rio de Janeiro, é o escritor brasileiro Antônio Callado".

As exceções certamente seriam duas, se o cronista tivesse conhecido Samuel Benchimol, nascido ali, na rua Quintino Bocaiúva, em Manaus, no dia 13 de julho de 1923. Paraense por parte do pai, Isaac, cujo berço foi o barranco do rio Tapajós, e amazonense por parte da mãe, Nina, nascida em Tefé, esse canceriano honrou sua dupla identidade amazônica. Mas, apesar disso, continuou sendo um inglês legítimo, porque sóbrio, discreto, elegante, transpirando serenidade, polidez, delicadeza. Enfim, um lorde, de fino trato, com o seu "perfil de medalha, de moeda".

Nos 200 anos da comemoração do judaísmo amazônico, vale a pena ler a íntegra deste artigo sobre o professor Samuel Benchimol no site http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=308 O artigo foi publicado pela primeira vez em 08/07/2002 no Diário do Amazonas. 

8.11.10

Pintor revisitado

Quem é Felix Nussbaum ? Com esta pergunta, o Museu de Arte e História Judaica de Paris abre seu anúncio sobre uma importante exposição do pintor, cuja obra foi redescoberta recentemente. A exposição vai até 23 de janeiro de 2011. De família burguesa alemã, Nussbaum foi influenciado pelas vanguardas européias das primeiras décadas do século XX, e encarna o percurso de um artista que, a despeito do talento, acabou sendo definido também pela condição de judeu perseguido. Nascido em 1904, exilou-se na Itália, na Suíça, na França e na Bélgica após a ascensão de Hitler. Em maio de 1940, com o território belga invadido pelos nazistas, foi internado no campo de Saint-Cyprien, sul da França, de onde fugiu, voltando para Bruxelas com a mulher, Felka Platek, artista judia polonesa. Ao ser descoberto seu esconderijo, foi deportado em 1944 para Auschwitz, onde morreu.

Mulheres no Muro

Mais de cem mulheres de reuniram hoje no Kotel, o Muro das Lamentações, para o Rosh Chodesh, primeiro dia do mês de Kislev. E dessa vez não houve violência, ao contrário do ano passado, quando a ativista Nofrat Frenkel foi presa e objetos foram atirados contra o grupo. Mas muita gente ao redor dirigiu impropérios às mulheres, protegidas pela polícia.


As autoridades religiosas que controlam o Muro não querem que haja ali orações feitas por grupos mistos, cerimônias de Bat Mitzvah e cerimônias nacionais. Agora, mais de 400 rabinos de vários países assinaram uma petição exigindo que a polícia de Jerusalém proteja as mulheres que querem rezar e ler a Tora juntas no local. A mulher presa ano passado é membro do grupo Women of the Wall [Mulheres do Muro], que defende os direitos das mulheres usarem xales de orações e lerem a Tora ali.

“As Mulheres do Muro são bem-vindas, como toda mulher judia, ao Muro”, disse o rabino-chefe do Kotel, Shmuel Rabinovich, ao jornal Jerusalem Post. “É proibido que qualquer pessoa as machuque, a violência é totalmente proibida no Muro. Mas eu peço que elas se comportem de acordo com os costumes da área e que não insultem a sensibilidade das outras pessoas que estão rezando”.

Já a organizadora da carta, a rabina Pámela Frydman, de Los Angeles, disse o seguinte:

“É muito importante que sempre haja um lugar para que os homens e mulheres haredim fiquem confortáveis e de acordo com seu entendimento do que é a Halachá. Mas é igualmente importante para aqueles de nós que são ortodoxos modernos, conservadores, reformistas, reconstrucionistas e renovadores, que tenhamos um lugar onde possamos rezar de acordo com o nosso entendimento”.

6.11.10

Mulher rabina na Alemanha, primeira desde o Holocausto


Pela primeira vez em 75 anos, uma mulher foi ordenada rabina nesta quinta-feira na Alemanha, marcando a retomada de uma comunidade judaica devastada pelo Holocausto. Alina Treiger, 31 anos, originária da Ucrânia, tornou-se rabina durante cerimônia emocionante em uma sinagoga do oeste de Berlim, que contou com a presença do presidente, Christian Wulff. Ela é a segunda mulher ordenada na Alemanha. A primeira, também do mundo, tinha sido Regina Jonas, em 1935 - assassinada em Auschwitz em 1944, aos 42 anos.

Com cabelos ondulados loiros escuros e um grande sorriso, Alina era o centro das atenções, mesmo que outros dois estudantes rabinos estivessem sendo ordenados ao mesmo tempo. "Enchamos nossos corações de amor. Estejamos unidos no amor pelo Bem e pela vontade de impedir a violência e o conflito", disse durante uma "oração para a Alemanha" pronunciada ao término da ordenação.

No fim de novembro, Alina Treiger deve assumir a direção da comunidade da cidade de Oldenburg, próxima à Holanda. Ela afirma encarnar "a união de três culturas: judaica, alemã e a da antiga União Soviética". Nascida em Poltava, cidade de 300 mil habitantes que hoje pertence à Ucrânia, Alina Treiger estudou no colégio Abraham Geiger de Postdam, próximo a Berlim. Criado em 1999, foi o primeiro seminário rabínico da Europa continental desde o Holocausto.

Após a queda do Muro de Berlim, a Alemanha abriu suas portas para os judeus do antigo império soviético, vítimas de um forte antissemitismo, fornecendo a eles a nacionalidade alemã. "Na Ucrânia, a religião era esquecida pela metade", contou Alina Treiber.

Desde 1989, cerca de 220 mil judeus da extinta URSS chegaram à Alemanha, que contabilizava, na época, 30 mil judeus, contra cerca de 600 mil antes de Adolf Hitler chegar ao poder em 1933.  Uma boa parte deles partiu, principalmente para Israel. As comunidades judaicas na Alemanha contam hoje com 110 mil membros, quatro vezes mais do que há 20 anos, segundo o Conselho Central de Judeus da Alemanha.

Essa migração em massa permitiu em algumas regiões, principalmente da ex-República Democrática Alemã, a recriação das comunidades aniquiladas pelo Holocausto. Em Berlim, a comunidade judaica conta 11 mil membros, dois terços derivados da então URSS.  No entanto, a integração desses judeus levanta problemas e suscita conflitos. Alguns judeus alemães os acusam de serem "desjudaizados". A chegada desses refugiados teve fim no dia 31 de dezembro de 2004, quando a Alemanha impôs restrições à migração deles.

A ordenação, chamada semikha, é acessível às mulheres unicamente no judaísmo liberal. As raras mulheres rabinos estudaram, em sua maioria, nos Estados Unidos. "É um dia extraordinário!", entusiasmou-se o rabino Daniel Freelander, vice-presidente da União do Judaísmo Progressista da América do Norte. As primeiras ordenações de rabinos na Alemanha depois do Holocausto ocorreram em 2006.